quarta-feira, 26 de abril de 2017

Em foto tocante, marido cuida da mulher com câncer de tireoide

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Dizem que nenhuma pessoa é uma ilha, mas o que acontece quando, por motivo de força maior, ela se torna uma? E pior: em uma situação delicada, como o tratamento de um câncer?  O americano Jon Newman encontrou uma solução simples para manter-se próximo à mulher quanto ela teve que enfrentar o isolamento, mas tão emocionante que o registro viralizou na internet. Sua filha, Mackenna Newman, compartilhou em seu Twitter a imagem do pai com sua mesa de trabalho, poltrona e café a postos em frente ao quarto de Marci, com a porta entreaberta, “para fazer companhia”.
Marci, que teve câncer de tireoide diagnosticado em outubro do ano passado, está na fase do tratamento chamada iodoterapia. Nela, o paciente ingere iodo radioativo e precisa ficar isolado, pois quaisquer resíduos que possa expelir (como urina) se tornam radioativos e podem ser prejudiciais a quem está por perto. O período pode variar de 3 dias a uma semana, que foi o caso de Marci.
Na publicação, que teve 10.979 curtidas e 8.504 compartilhamentos, a filha diz: “Minha mãe tem que ficar isolada em seu quarto por causa do tratamento radioativo para câncer e meu pai colocou uma mesa à sua porta para lhe fazer companhia. Estou chorando”.  

Em seguida, diversos comentários desejavam força à família e compartilhavam histórias pessoais que envolviam tratamento da doença. 
“O câncer é uma doença que carrega o estigma do sofrimento e da morte, e seguir o tratamento sozinho é um fator preocupante”, explica Vera Bifulco, coordenadora do Serviço de Psico-Oncologia do Instituto Paulista de Cancerologia.
“A observação clínica comprova que os pacientes se apresentam mais otimistas e têm uma postura mais positiva ante o diagnóstico se têm uma rede de apoio. E ela não precisa ser necessariamente a família consanguínea: podem ser amigos que se revezam, por exemplo. Isso, para o paciente, é fundamental, pois ele não se sente sozinho. Quando o paciente segue o tratamento em casa, quem dá continuidade é a família e amigos, afinal”, explica.
E estar perto, para quem apoia o paciente, não pressupõe proximidade física: a proximidade emocional é a que conta. “A distância atualmente é mais fácil de ser manejada com celulares e computadores. É importante para o paciente entender que ele tem uma família preocupada e próxima.”
Marci contou ao BuzzFeed que seu marido ia com ela “em toda consulta médica, todo exame de sangue, toda cirurgia, toda sessão de radiação. Como vocês podem ver, se ele não pode estar do meu lado, ele está tão perto quanto pode!”.
Vera alerta, contudo, que é necessária a busca de um equilíbrio na presença da família. “Os extremos não são bons. Nem a ausência e nem a superproteção. Dá mais conforto para o paciente saber que não está incomodando ninguém, e que todos estão tocando a sua vida”, explica a psico-oncologista.
E quem, por algum motivo, enfrenta o tratamento sozinho? “Algumas pessoas literalmente não têm família ou não têm uma disposição a ter uma rede de apoio, ou então não têm contato com a família, têm uma postura de afastar pessoas e não cultivam muitos amigos… Isso não afeta negativamente apenas o tratamento, mas a vida de maneira geral, porque ninguém é uma ilha, precisamos de apoio nas mais diversas fases da vida”, completa.


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