quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Sobrinho confessa que levou matadores ao prédio de família morta em São Gonçalo, RJ

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

ância e dinheiro com elementos de magia negra. Segundo o delegado Fábio Barucke, a mistura desses fatores explica o triplo homicídio ocorrido na sexta-feira (17) no bairro Barro Vermelho, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Possibilidade que se tornou concreta após o depoimento de Matheus Resende Khalil, filho de Simone Gonçalves Rezende, apontada pela polícia como mentora intelectual do crime.
As vítimas – um diretor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wagner Salgado, a mulher dele, Soraya (irmã de Simone), e a filha do casal, Giovanna, de 9 anos, foram mortas a tiros no apartamento onde moravam em São Gonçalo.
Durante o depoimento, Matheus confessou que, na noite do crime, recebeu um telefonema da mãe. Ela o orientou a levar dois homens até o apartamento da avó, que fica ao lado do imóvel das vítimas, o que ele admitiu ter feito.
Ao chegar lá, os dois homens passaram por uma janela até a casa da família - eles mataram todos e, logo em seguida, ligaram para Matheus, mandando que ele descesse e ligasse o carro. Os três fugiram em direção a Saquarema. A polícia investiga qual o vínculo dos matadores com Simone.
"Sabemos que Simone participa de rituais de magia negra. Isso começou a chamar nossa atenção quando encontramos dentes jogados no chão do imóvel onde o crime aconteceu, próximos às vítimas. Nenhum dos matadores saiu de lá ferido, logo não poderiam ser deles. Por meio de pesquisas, descobrirmos que, dentro dessa prática religiosa, dentes significam posse. Ou seja, o gesto de lançar dentes no chão do imóvel teria valor simbólico - significaria que estavam tomando posse daquele apartamento", explicou Barucke.
Durante o depoimento, Matheus afirmou que seu irmão, Lucas, que se entregou à polícia em Saquarema, na Região dos Lagos, na manhã desta quinta, não participou do crime. Contra Lucas havia um mandado de prisão expedido desde quarta-feira (22).
A polícia investiga a informação de que Lucas teria, na verdade, conseguido as armas do crime. Por meio de quebra de sigilo telemático, os policiais descobriram que ele tentou vender uma arma para um amigo durante uma conversa no Facebook.
"É quase certo que o crime foi cometido com um silenciador, uma vez que ninguém ouviu os disparos. E sabemos que o Lucas teria facilidade para conseguir armas e carros", explicou o delegado. Matheus e os assassinos fugiram em um Prisma.
A Polícia Civil pediu, agora pela manhã, a prisão temporária de Simone e Matheus. O pedido será apreciado pela 3ª Vara Criminal de Niterói. O delegado disse ter reforçado ainda mais a certeza de que Simone tramou o assassinato. "Ouvimos uma testemunha que estava ao lado dela no momento em que foi informada do assassinato. Ela nos disse que, assim que desligou o telefone, Simone gargalhou e disse que os problemas dela estavam acabados", informou Barucke.
Segundo o delegado, as investigações apontam que Lucas, filho de Simone Gonçalves Resende, irmã de uma das vítimas, Soraya Gonçalves de Resende, tentava se desfazer de uma arma com silenciador uma semana antes do crime.

Herança motivou crime

Segundo a polícia, uma herança de R$ 7 milhões pode ter motivado o assassinato da família na última sexta-feira (17). O delegado Fabio Barucke afirmou que a herança inclui imóveis em Búzios, na Região dos Lagos, e terrenos em São Gonçalo. Na disputa pelos bens, também há um terreno onde funciona um posto de gasolina, que rende R$ 14 mil por mês.
Informações sobre os imóveis foram dadas aos investigadores por Simone, em seu depoimento, e pelo advogado dela, Raphael Jorio Filho, que cuida do inventário representando a cliente.
As imagens de câmeras de segurança próximas ao local do crime, de acordo com a polícia, mostram a movimentação dos criminosos, um deles bastante parecido com Lucas, que é obeso.
Nesta quarta, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em quatro endereços. Na casa do pai de Lucas, em Rio das Ostras, Região dos Lagos, foi encontrado um revólver calibre 38 – diferente das que foram usadas no crime, uma pistola 380 e um revólver calibre 32.



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