segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Menino vende dindim para pagar mensalidade da escolinha de futebol do Ceará

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Uma criança que deseja ser jogador de futebol não é novidade no Brasil. Alguns realizam o sonho, jogam primeiro na base, chegam ao profissional, mas nem sempre valorizam o objetivo alcançado. Por isso, chama a atenção a história do garoto Vancy Diniz, de 12 anos, que vende dindins para pagar sua própria escolinha de futebol do Ceará.
De sorriso fácil, mas uma certa timidez, o garoto é firme nas palavras e não se envergonha em dizer que paga a escolinha de futebol do Ceará com o dinheiro da venda de dindins,geladinho.
“Desde os 10 anos eu vendo dindim. Por dia eu trago uns 30 dindins, vendo no colégio e também aqui (nas imediações do Ceará, localizado no bairro Porangabuçu)”, revela o garoto, que completa sua renda aos sábados quando ajuda os feirantes na feira do São Cristóvão”.
A matrícula da escolinha custa R$ 200 e, mensalmente, R$ 105. Ao se matricular, o aluno ganha o uniforme, exceto a chuteira. Sobre o valor que ganha diariamente, Vancy disse que é cerca de R$ 7, já na feira aos sábados, ganha R$ 30
Surpreendentemente, o menino fala com maturidade o porquê começou e foi para o futebol. “Eu jogava futsal no colégio, mas eu não via muito futuro, sabe? Então, quis entrar na escolinha, porque acho que o futebol pode me dar mais futuro”, acredita.
Morando com sua avó materna e a irmã de 19 anos, o menino dá orgulho a avó pelo esforço e a garra para se tornar um jogador de futebol. “Ele é muito esforçado, mas não deixa de lado o estudo. É muito responsável. Doido por futebol, a brincadeira dele é jogar bola. Eu faço todos os dias os dindins, e ele vende, não tem vergonha. O dinheiro da aposentadoria não dá para quase nada. Ele teve a ideia de levar dindim para vender e pagar a própria escolinha”, explica Luci Santos.
A avó se preocupa com o fato de alguém achar que há exploração do menino, já que a lei diz que criança não pode trabalhar. Contudo, ela garante que a vontade vem dele próprio. “Ele diz que isso é necessário para realizar o sonho de ser jogador de futebol”, explica.
O garoto começou a torcer Ceará quando notou que seu pai, já falecido, assistia e torcia pelo Alvinegro. “Meu pai sempre assistia os jogos do Ceará, e comecei a torcer e me apaixonar pelo time também. Eu acho que tinha uns 5 anos, e agora tento ver os jogos, mas nem sempre consigo”, lamenta o garoto, que sonha em ser lateral-direito, mas nunca foi a um estádio de futebol.
Sobre o desejo de ser jogador de futebol, não há dúvida. Mas para quem imagina que ele deseja ser um atacante, engana-se, Vancy quer ser lateral-direito. E o ídolo está bem próximo a ele: Tiago Cametá. “Eu gosto do Cametá, acho que ele joga bem, e quero ser da mesma posição. Não sei bem o porquê, mas quero ser lateral”, revelou o garoto.

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