A Polícia Civil de Mato Grosso ouviu testemunhas entre segunda (30) e terça-feira (31) sobre o caso da bebê de 11 meses que teria sido agredida em uma creche particular em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. Segundo as testemunhas, a bebê foi mordida por uma criança de 2 anos que estava na mesma sala que ela. A menina, que ficou com hematomas no rosto, nas costas e no bumbum, chegou a ser internada por causa das lesões.
Os pais da menina denunciaram o caso e registraram boletim de ocorrência. Segundo a delegada Lígia Silveira, responsável pela investigação na Polícia Civil, já foram ouvidas a proprietária da creche, a mãe da bebê e uma funcionária. A delegada também conversou com a mãe da criança de 2 anos e a própria criança.
“A mãe da criança que agrediu o bebê disse que a filha tem o costume de agredir e morder. Ela disse que a filha faz isso desde que o irmãozinho dela, que tem a mesma idade da vítima, nasceu. Ela tomou raiva e também chegou morder o braço da bebê anteriormente”, afirmou Lígia ao G1.
A agressão no braço citada pela delegada ocorreu há algumas semanas e foi comunicada aos pais da vítima.
A criança, apesar de ser pequena, confirmou à delegada que mordeu a colega da creche. As crianças estavam dormindo em colchões espalhados pelo chão.
“A monitora nos disse que estava com as crianças na sala do descanso, onde todas dormiam, e saiu para atender uma criança que estava com febre. Ela disse que chamou outra [funcionária] para ficar no lugar, num intervalo de seis minutos. Quando [a funcionária] chegou, a criança de dois anos já estava batendo nela, tinha tirado a fralda e estava mordendo”, disse a delegada.
A delegada deve ouvir mais uma funcionária (a que encontrou a criança debruçada sobre a bebê agredida), além de outras crianças que estavam na mesma sala. A documentação da creche, que funciona há um ano em Rondonópolis, também será checada. A expectativa é que a investigação termine até a próxima semana.
“Envolvem várias coisas: a questão da mãe não avisar a creche sobre o comportamento da filha, o fato de não poder deixar essas crianças sozinhas. Tudo está coerente a entender que realmente foi a criança [que agrediu a bebê]”, disse Lígia.
Tanto as funcionárias quanto os proprietários do berçário podem ser responsabilizados pelo ocorrido. Na avaliação da polícia, o caso se configura como negligência, e a instituição poderá responder criminalmente.
“A questão é que a criança ficou bem lesionada. É uma mordida de criança, a arcada dentária é pequena, e a menina [suposta agressora] confirma. Mas não sabemos até que ponto ela tem força. O que não está batendo é o tempo em que as crianças ficaram sozinhas. Elas estavam distantes uma da outra: do colchão, até ela acordar e conseguir machucar o rosto, as costas e bater nela, isso é muito tempo, mais que seis minutos”, avaliou a delegada.
Conforme Lígia, a criança de 2 anos não tem um porte físico grande. É um tamanho considerado padrão para a idade.
“Sobre a mãe [da criança de 2 anos]: querendo ou não, por mais que a criança seja agressiva, é um resultado inesperado. Ela não poderia saber que teria esse resultado ao ponto de agredir a bebê”, afirmou.
Versão do berçário
Em nota, a creche Berçário e Hotelzinho Donabhel informou que a cuidadora deixou a criança sozinha por cerca de cinco minutos para medir a temperatura de outra criança que estava com febre em uma sala ao lado e, ao retornar, encontrou a criança de dois anos em cima da bebê. Também disse lamentar o ocorrido.
Em nota, a creche Berçário e Hotelzinho Donabhel informou que a cuidadora deixou a criança sozinha por cerca de cinco minutos para medir a temperatura de outra criança que estava com febre em uma sala ao lado e, ao retornar, encontrou a criança de dois anos em cima da bebê. Também disse lamentar o ocorrido.
"A dor sentida é compartilhada com todos, como é nosso dever oferecemos ajuda à família. Já prestamos esclarecimentos ao Conselho Tutelar e também à polícia", diz a instituição em uma mensagem postada numa rede social.
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