A babá Roseane Brasiliano da Silva, de 44 anos, disse ao G1 nesta quinta-feira (2) que voltou a acreditar na bondade do ser humano depois que um anônimo encontrou sua bolsa com o salário de R$ 1.600 na estação Butantã, na Zona Oeste de São Paulo, e atravessou a cidade para deixa-la na Central de Achados e Perdidos, na Sé, no Centro da cidade.
“Agradeço muito a essa pessoa, que sequer sei se é homem ou mulher. Tem coração bom. Espero que ela seja muito feliz”, desejou Rose. “Aconteceram tantas coisas ruins na minha vida, e agora essa pessoa me fez acreditar novamente no ser humano”, disse.
Rose saiu da casa da família onde trabalha, na Rua Treze de Maio, na região central de São Paulo, por volta das 17 horas do dia 9 de janeiro com o salário na bolsa. Ela seguia para o município de Cotia, na Grande São Paulo, onde mora com o marido e dois dos três filhos, utilizando as linhas 2-Verde e 4-Amarela do Metrô e um ônibus que sai do Terminal Butantã.
Na saída da estação Butantã para o terminal de ônibus, notou o sumiço da bolsa que estava em seu ombro e se desesperou. “Fiquei muito nervosa, chorando, desesperada. Eu estava tão desnorteada, que em um momento pensei ter saído da estação quando ainda estava nela”, contou.
O dinheiro serviria para ajudar nas contas de casa, no aluguel da casa onde a filha mora, no pagamento de um tratamento dentário e em uma das parcelas de uma geladeira comprada a prazo.
A babá disse ter sido auxiliada por seguranças da estação, que refizeram com ela o trajeto pelos três lances de escadas rolantes até a plataforma, sem sinal do acessório. Até receber a ligação do Metrô, a babá pensou ter sido roubada.
Rose tomou o ônibus de volta para casa com R$ 5,70 recebidos por um dos seguranças da estação Butantã. “Chorei o tempo todo, desde o momento em que perdi a bolsa até a manhã do dia seguinte, preocupada sobre como pagaria as contas”, disse.
A equipe da Central de Achados e Perdidos levou 12 dias para localizar a babá, que não tem celular e não tinha documentos na bolsa. Rose foi encontrada através do cartão Bom, que também estava na bolsa, junto a maquiagem, um par de brincos, remédios e uma bolsinha de moedas.
Ela teve a boa notícia à noite e foi ao trabalho na manhã do dia seguinte pedir que os patrões a liberassem para ir até a estação da Sé, onde o anônimo deixou sua bolsa.
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