terça-feira, 26 de julho de 2016

TODO RADICALISMO CEGA

terça-feira, 26 de julho de 2016
"O fato de um indivíduo sofrer uma opressão não significa que ele não pratique, contra outrem, outra opressão.
Um homem negro pode ser vítima de racismo e ainda assim ser machista e misógino. Uma mulher pode sofrer com o machismo e a misoginia e ainda assim ser homofóbica ou transfóbica. Um homossexual ou transexual pode sofrer com a homofobia ou a transfobia e ainda assim ser racista.
E permeando todos espectros da realidade, estão as questões de classe, as desigualdades socieconômicas. O fato de alguém ser homem hétero cis não o impede de, sendo pobre, favelado e analfabeto, ser explorado pelos mais ricos e privilegiados, que, por sua vez, podem ser não apenas homens hétero cis, mas também mulheres, gays, lésbicas e - ainda que em número muitíssimo menor - negros.


Daí a importância de aliar o combate ao machismo, ao racismo, às LGBTfobias e à misoginia, ao combate ao Capitalismo, evitando que movimentos sociais e suas pautas sejam apropriados mercadologicamente.
Tendo isso em mente, uma constatação: TODA GENERALIZAÇÃO É BURRA. E abre espaço para mais preconceitos, mais injustiças, mais opressão.
E outra constatação: TODO RADICALISMO CEGA. Porque, ao tomar a realidade em seus extremos, não conseguem enxergar as variações mais complexas, as diversas gradações de cinza entre ''o branco e o preto", entre uma ponta e outra.


Por isso, não devemos aceitar ou tolerar nenhum discurso de ódio, seja contra mulheres, sejam contra homens, seja contra negros, seja contra brancos, seja contra homossexuais, seja contra heterossexuais, seja contra pessoas cis ou pessoas trans.
Afinal, o que queremos: chegar o mais perto possível de construir uma sociedade igualitária, justa, livre de preconceitos, arbitrariedades e violências, ou apenas uma inversão de opressões e preconceitos?"    Por Leandro Andrade

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