segunda-feira, 11 de julho de 2016

SEMPRE EXISTIRÁ QUEM QUEIRA O QUE O OUTRO DESPREZA

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Escrito por Marcel Camargo, colunista do Sábias Palavras.
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“Se você não cuidar, outro vai. Se você não valorizar, outro vai. Entenda, sempre vai ter uma pessoa disposta a fazer o que você não faz.” (Caio Fernando Abreu)
As opções que se descortinam à nossa frente, todos os dias, são muitas, o que nos leva a nem sempre escolhermos o mais acertado no momento e, consequentemente, a nos arrependermos mais tarde. Outras vezes, não nos damos conta de que o que possuímos já nos basta e nos enriquece, ao ponto de mantermos os olhos lá longe, ignorando o que está aqui bem juntinho, bem ao lado.
Os apelos midiáticos nos mostram uma gama de estilos de vida tamanha, que muitas vezes nos deixam confusos quanto ao que realmente queremos e, principalmente, ao que efetivamente necessitamos em nossas vidas. Tornamo-nos, por isso, inquietos, impossibilitados de nos contentarmos com o que já é nosso, seduzidos que somos pelo glamour e pelas tentações mundanas que nos cercam.
Nesse ritmo, mesmo que não deixemos as pessoas para trás, vamos perdendo cada uma delas a pouco e pouco, uma vez que estamos por perto, mas, na verdade, nunca estamos com elas de fato. Ninguém suporta por muito tempo ficar perto de quem não se volta, não se acomoda, não permanece inteiro, em nenhum momento dos dias, como se tudo fosse mais importante do que as pessoas ao lado.
Cabe, portanto, à outra ponta dessa relação perceber que nada mais ali faz sentido, que permanecer junto de quem não se esforça a reconhecer um nada do que foi dedicado e feito por ele é suicídio lento e gradual da própria essência. Amar alguém sem ter amor-próprio nunca dá certo, pois assim sempre haverá alguém dando sem receber, sendo menos, sentindo-se pouco, esvaziando-se enfim.
É preciso ter a certeza de que sempre poderemos recomeçar, inclusive longe de quem tanto nos parecia vital, longe daquele ambiente sufocante que achávamos insubstituível, longe da solidão afetiva a que nos acostumáramos. Não se trata de ser bobo nem ingênuo, trata-se de sobrevivência.
Acreditar que seremos o bastante para alguém, que merecemos retorno emocional na mesma medida, que existe felicidade possível, que amar e ser amado é algo a que temos direito, tudo isso nos acordará por dentro, para que possamos trazer para junto de nossas vidas coisas e pessoas que acrescentarão sonhos e verdades ao que temos de mais especial dentro de nós.


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